26 de novembro de 2010
Nós, pós-modernos, estamos cegos em relação a quê?
Trata-se de uma obra muito relevante, especialmente para quem deseja ter qualquer tipo de atuação intencional de evangelização, uma vez que estudamos história para entender o passado e construir o futuro de maneira mais eficaz e esclarecida.
O Autor propõe uma análise objetiva da evangelização no Brasil, desde a sua descoberta, independente de cor denominacional, e tem como objetivo gerar reflexões da evangelização atual.
No início, é apresentado ao leitor a maneira imperialista e mercantilista com que se fez missões na Europa, cujos resultados são vistos aqui no Brasil. A teologia de missões era sobremaneira influenciada por essas questões, que o ensino foi completamente prejudicado.
Os primeiros missionários, sobretudo católicos corriam atrás de pessoas, escravos, índios etc, para batizar, sem o mínimo de critério, conversão, discipulado, enquanto que essas pessoas era que deveriam procurar o batismo, se fosse o caso.
A preocupação era com a quantidade e com a suposta transformação de pessoas para uma situação de pós-paganismo. Isso ficou muito evidenciado com a visita curta e de caráter de escala noutra viagem, que um missionário protestante fez ao Brasil nessa época (séc.18).
Ele se impressionou com a quantidade de cruzes (e referências à fé cristã) mas se surpreendeu mais ainda com a falta da “doutrina da cruz”.
Já no século 19, com maior presença de missionários protestantes, essa história começa a mudar, mas também há o registro de que aumenta-se o sectarismo e o denominacionalismo.
Indubitavelmente, o que mais me chamou atenção foi o fato de que as pessoas que defendiam a missão, dentro dos diferentes paradigmas, culturas, períodos históricos etc, recorrentemente se mostravam cegos aos aspectos extra-bíblicos e extra-teológicos que lhe influenciavam.
Os primitivos eram cegos ao ambiente apocalíptico; os helenistas eram cegos à influência filosófica pagã; os católicos eram cegos em relação ao desastroso relacionamento entre igreja e estado e à eclesiastização da salvação; os protestantes eram cegos aos motivos político-estatais que lhe deram vazão; e os da era iluminista eram cegos ao seu etnocentrismo.
Nós, pós-modernos, estamos cegos em relação a quê?
QUE JESUS PREGAMOS?
Termino dizendo que só a reflexão e a ciência desses fatos, bem como a consciência daquilo que nos influencia, já nos deixa mais cautelosos e temerosos em relação a nossa missão, ministério e influência.
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